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João Paulo Mileski é um jornalista nascido em Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul, que está prestes a concluir uma jornada extraordinária de quase dois anos e meio, viajando por todos os estados do Brasil.
Sua jornada no jornalismo começou em 2006, quando ingressou na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Desde então, trabalhou em diversos jornais impressos e assessorias de imprensa, mas foi durante essa expedição que João Paulo encontrou sua verdadeira vocação jornalística. Ele e sua parceira, Carina Furlanetto, têm documentado sua viagem através de crônicas, oferecendo uma visão única e autêntica das diferentes realidades brasileiras.
A experiência de visitar todos os estados do Brasil tem sido desafiadora, mas profundamente enriquecedora. Dormindo em um carro popular, sem banheiro ou chuveiro, João Paulo e Carina foram confrontados com seus próprios limites, mas também descobriram uma coragem e resiliência que não sabiam possuir. Chegar em Brasília, após mais de 700 dias na estrada, foi um momento de realização e reflexão sobre tudo o que aprenderam e vivenciaram ao longo dessa jornada.
Atualmente, João Paulo e Carina escrevem livros que mergulham profundamente nas experiências e descobertas feitas durante suas jornadas, sendo o mais recente baseado nos mais de 850 textos escritos sobre os muitos “Brasis” que encontraram pelo caminho da última aventura.
Em “Crônicas na bagagem: 421 dias na estrada – uma jornada de desprendimento pela América do Sul”, testemunhamos uma aventura realizada por dois jornalistas, Carina Furlanetto e João Paulo Mileski, que decidiram deixar seus empregos e estudos para embarcar em uma saga sem destino fixo, gastando suas economias em uma viagem de carro por dez países da América do Sul.
A obra se apresenta como um diário repleto de relatos detalhados e conduz o leitor a uma expedição por destinos turísticos e pouco explorados em dez países da América do Sul durante catorze meses, mas, acima de tudo, é uma viagem interior de um casal que se aventurou fora de sua zona de conforto.
Tal jornada começou repleta de dúvidas e incertezas, e que, com o tempo, formaram uma bela lição: não espere começar algo apenas quando se sentir preparado. Da mesma maneira que começou repleta de imprevisibilidades, teve de ser precocemente interrompida por um infortúnio, em 2020.
Em diversos momentos também é possível se iluminar pela bondade de muitas pessoas – e, em poucas ocasiões, ser recordado da maldade de outras; refletir sobre a felicidade nas coisas mais simples e questionar conceitos de tal felicidade e liberdade; e, principalmente, se impressionar pela capacidade de adaptação e superação que temos, e que costumamos subestimar. Se tratando de adaptação, os dois verdadeiramente se destacaram.
Podemos sentir como se conhecêssemos há anos o João e a Carina, e acompanhar em tempo real a jornada do casal pelo Instagram torna a leitura ainda mais íntima. O interessante de ler os textos que escreviam conforme viajavam é que vimos as experiências pelas quais eles passaram sob uma nova perspectiva, muito mais introspectiva. Refletimos, por diversos momentos, sobre nossas próprias vidas e sobre as diferenças entre viver ou apenas existir.
É difícil ler esse livro e não se pegar, por diversas vezes, cogitando vender todos os pertences, largar o emprego e cair na estrada, explorando culturas diferentes e realizando sonhos de infância.
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