Liev Tolstói, também conhecido como Leo Tolstói, foi um dos mais importantes escritores russos do século XIX, famoso por suas obras monumentais e profundas reflexões sobre a vida, a moralidade e a sociedade.
Nascido em 1828 em Yasnaya Polyana, uma propriedade rural na Rússia, Tolstói pertencia à nobreza russa e recebeu uma educação privilegiada. Ele serviu no exército russo durante a Guerra da Crimeia, experiência que influenciou sua visão sobre a guerra e a humanidade.
Tolstói é mais conhecido por seus romances épicos “Guerra e Paz” (1869) e “Anna Karenina” (1877). “Guerra e Paz” narra a vida de várias famílias nobres russas durante a invasão napoleônica da Rússia e é celebrado por sua vasta escala, sua análise da psicologia humana e suas reflexões sobre o destino da humanidade. “Anna Karenina” é um retrato detalhado da sociedade russa do século XIX, focando nos relacionamentos humanos, no adultério e nas consequências morais de nossas escolhas.
Além de seus romances, Tolstói escreveu uma série de contos e ensaios filosóficos, nos quais expressava suas ideias sobre a não-violência, a resistência ao mal, a simplicidade e a busca pela verdade interior. Ele é considerado um dos precursores do movimento de resistência não-violenta e teve influência sobre figuras como Mahatma Gandhi e Martin Luther King Jr.
No final de sua vida, Tolstói se tornou cada vez mais interessado em questões espirituais e éticas, renunciando à sua riqueza e posição social. Ele morreu em 1910, deixando para trás um legado literário duradouro e um conjunto de ideias que continuam a inspirar e desafiar as gerações posteriores.
O livro “Uma Confissão” é uma obra autobiográfica escrita por Liev Tolstói, publicada em 1882. Tolstói estava em uma fase da vida em que enfrentava uma crise existencial, buscando uma resposta tanto por vias espirituais como científicas, mas, em ambos os casos, o destino final sempre seria o mesmo: a morte – o que o fez concluir que a vida é cruel e absurda.
A história começa com o personagem principal, que representa o próprio Tolstói, descrevendo sua vida confortável e sem sentido na nobreza russa do século XIX. Ele começa a questionar sua existência e se vê confrontado com a inevitabilidade da morte, o que o leva a uma profunda crise pessoal. Em busca de respostas, ele recorre ao entendimento de grandes mestres filósofos e psicólogos sobre esse assunto, bem como o do conhecimento oriental, mas nada parece satisfazê-lo.
O autor percebeu que existem quatro saídas para isso: ignorância, epicurismo, suicídio ou fraqueza, levando uma vida arrastada ciente dessa angústia.
Através da ciência, ele encontrara apenas vagas explicações sobre nosso surgimento, as quais supostamente fariam sentido após serem entendidas, mas que continuaram não fazendo sentido.
Pela razão, a vida fazia ainda menos sentido, e inclusive uma grande contradição foi encontrada, visto que, se não houvesse vida, não haveria razão – sendo a razão a filha da vida -, e, a razão admite que a vida é irracional. Ou seja: como pode essa razão negar a vida, se ela mesma é criadora da vida?
Finalmente, Tolstói entendeu que, para entender o sentido da vida, faria mais sentido buscá-lo não em pessoas que também o perderam e querem se matar, mas nas pessoas simples, que levam uma vida muitas vezes sofrível e absurda. Então ficou claro que a humanidade possui um conhecimento do sentido da vida, o qual era desprezado e não reconhecido pelo autor. Esse saber é um saber irracional: a fé, ensinada por Jesus Cristo.
A partir desse momento, Tolstói começa a viver uma vida mais simples e se dedica à ajuda aos pobres e à defesa da paz. Ele percebe que a verdadeira felicidade só pode ser encontrada em um propósito maior do que o próprio ego, e passa a viver de acordo com Deus e seguindo os costumes da igreja ortodoxa russa, algo que, passado um tempo, deixara de fazer sentido para ele, visto que começou a enxergar a hipocrisia nas pessoas que agiam dessa mesma maneira, sendo elas extremamente heréticas.
Ao longo do livro, Tolstói reflete sobre questões como a existência de Deus, a natureza da vida e da morte, a felicidade e a busca por um significado maior na vida. Ele aborda temas universais que ainda são relevantes nos dias de hoje, como a busca por significado e propósito em nossas vidas.
“Uma Confissão” é uma obra autobiográfica íntima e emocionalmente poderosa, que apresenta um retrato honesto e comovente da jornada pessoal de Tolstói em busca de sentido e significado. A obra é um dos pontos altos da literatura russa e um dos trabalhos mais pessoais do grande escritor.
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